Ex-colaboradores a «Reviver Bons Caminhos»

No ano em que se encontra a celebrar cinco décadas, a Celbi SA organizou um dia dedicado àqueles que contribuíram para o sucesso daquela que é uma das mais eficientes empresas do seu sector no mundo inteiro.


No passado dia 10 de Julho, os antigos colaboradores puderam assim recordar uma importante parte das suas vidas, reencontrar amigos e colegas e (re)visitar as instalações, ficando a par dos novos investimentos, num dia que teve como ponto alto um animado almoço-convívio. «Reviver Bons Caminho» foi o mote lançado e aceite por 200 pessoas que dedicaram parte das suas vidas à Celbi.


Gratidão e orgulho


As boas-vindas foram dadas por Nogueira dos Santos, administrador da Celbi, que agradeceu a presença de tantos antigos colaboradores, reservando ainda uma palavra amiga e de reconhecimento a todos os que, pela lei da vida ou por motivos de saúde, não puderam comparecer. Os “50 anos de sucessos” da Celbi foram recordados pelo administrador da empresa, que lembrou que a revista Exame a considerou a melhor empresa do sector dos últimos 25 anos. “É sempre bom saber que não somos só nós que consideramos a nossa empresa capaz de grandes feitos, os outros também”, afirmou. “Temos uma cultura de rigor e uma orientação para resultados que justifica sermos a empresa mais eficiente do mundo na produção de pasta branqueada de eucalipto”, considerou. “Cada um de vós teve, no seu tempo, a responsabilidade de manter a cultura e os valores da empresa, e transmiti-los à geração seguinte. E a nós compete-nos a grande responsabilidade de, tendo recolhido esse testemunho, engrandecê-lo e transmiti-lo aos que virão depois de nós”, acrescentou. Os tempos mudam, os accionistas mudaram, mas a empresa mantém a sua identidade. “Nós já fomos uma pequena empresa num grande grupo, quando o accionista era um gigante sueco, e agora somos uma grande empresa num pequeno grupo português, mas a Celbi continua a desenvolver-se, a crescer e a merecer a confiança dos accionistas, que assim continuam a investir e a manter a grandeza da empresa, de que todos os que aqui estão já fizeram parte, seguramente fizeram a sua parte, e devem estar orgulhosos por isso. A todos o reconhecimento da Celbi”, concluiu.


Recordações na primeira pessoa 

Carlos Guerra tem 80 anos. Entrou para a Celbi “muito novo”, e aí trabalhou “quase 30 anos”, durante os quais acumulou “muito boas recordações, de chefes e de colegas”, alguns dos quais, confessou, teve “dificuldade em reconhecer, passado tanto tempo”. Visivelmente emocionado, afirmou-se “muito satisfeito” por ver a empresa “tão modernizada e evoluída”.


Francisco Moura também guarda boas memórias dos 34 anos em que trabalhou na Celbi, e foi com prazer que reencontrou antigos companheiros e visitou as instalações. “Algumas coisas estão muito diferentes, mas outras ainda conheço bem”, garantiu.


Licínia Gonçalves trabalhou 24 anos na Celbi. Começou nas quintas a plantar eucaliptos, e foi com alegria que viu uma fotografia sua desse tempo em destaque na exposição comemorativa dos 50 anos da empresa. “Tão novinha que eu era…”, recordou. Ainda não era casada quando passou para a empresa, na área das limpezas. “Estou mesmo comovida de encontrar tantas pessoas com quem trabalhei”, disse. “A fábrica está enorme, acho que já não conheço quase nada”, confessou. “Há 21 anos que não entrava aqui”, explicou.


Beatriz Maia foi uma das suas amigas mais próximas. Entrou para a Celbi com 19 anos, “ainda com o primeiro filho na barriga”, e foi ali que trabalhou “toda a vida”. Criou os filhos, fez amigos, construiu memórias. “É muito bom reencontrar estas pessoas, os colegas, os chefes, tudo gente boa”, disse. “Não vou visitar tudo porque as pernas já não deixam, mas onde eu conseguir chegar, vou”, concluiu, entusiasmada.


Martins da Silva sabe de cor a data em que entrou na Celbi: “10 de Fevereiro de 1975, tinha 29 anos”. Trabalharia na mesma empresa mais do que isso: 37 anos, até Maio de 2012. Começou no sector da produção, passou pela manutenção e terminou a sua carreira no departamento de informática. “Julgo que a força da Celbi é a sua filosofia. Esta é uma empresa que começou por ser sueca, depois pertenceu a um grupo sueco-finlandês e agora é portuguesa, mas manteve sempre a sua filosofia: uma visão de futuro, baseada em boas equipas, tanto na gestão como ao nível operacional, e uma aposta no desenvolvimento, que lhe permitiu entrar e continuar na primeira linha das empresas do seu sector, sem descurar as questões ambientais e a sustentabilidade em geral”, sintetizou o antigo colaborador.


Alice Mano tinha 18 anos quando entrou na Celbi. Estava-se em 1966 e a jovem poderia ainda assistir à fase final da construção da empresa. “Trabalhávamos nuns pré-fabricados, dentro do que viria a ser o armazém da pasta”, recordou. Um novo milénio chegaria ainda com Alice Mano na Celbi. Depois, ainda ao serviço da empresa, rumaria aos escritórios da empresa-mãe, à época a Storaenso, em Londres, durante cinco anos. “Foram 39 anos muito bons, para mim foi uma escola de vida”, garantiu. “Tive sempre muitas boas relações na Celbi, com pessoas de todos os departamentos, fiz grandes amigos e é com muito agrado que estou a reencontrá-los agora”, acrescentou. Das razões que levam uma empresa a crescer ao longo de 50 anos, não tem dúvidas. “Uma gestão sempre muito criteriosa e planeada. Até na época conturbada do 25 de Abril, nós devemos ter sido das poucas empresas em Portugal que conseguiram atravessar aqueles tempos revolucionários com alguma estabilidade”, recordou. “Éramos considerados a ‘jóia da coroa’”, concluiu, reconhecendo “o orgulho” em fazer parte da história da Celbi.


A encerrar o convívio, Carlos Van Zeller, administrador da Celbi, garantiu aos antigos colaboradores que a empresa quer honrar a sua História, continuando a construí-la, diariamente. Reportando-se às “transformações impressionantes dos últimos seis anos”, com investimentos de mais de 400 milhões de euros na fábrica a exigirem muito “de toda a organização”, Carlos Van Zeller elogiou a equipa que tornou possível o objectivo de todo o projecto: duplicar a produção da Celbi. “Tivemos a preocupação de renovar a equipa, de obter mais competências, tudo para que a empresa continue a apostar na eficiência, na sustentabilidade e no crescimento que faz da Celbi não a maior, mas uma das melhores fábricas de produção de pasta da Europa”, frisou. “No início dos anos 90, a Celbi produzia na ordem das 250 mil toneladas, este ano vai produzir 700 mil e, para o ano, ainda mais”, exemplificou. “Nós gastávamos 70 m3 de água por cada tonelada de pasta produzida, hoje estamos em 18 e o nosso objectivo é chegar brevemente aos 15”, acrescentou. “É esta a filosofia da Celbi: utilizar sempre mais e melhor os recursos”, aduziu. No que respeita à energia, para além de ser auto-sustentável, a Celbi ainda coloca na rede nacional “energia suficiente para alimentar uma cidade com a dimensão de Coimbra”.


“Vamos continuar a crescer, mas sobretudo a melhorar. Queremos ser a melhor fábrica da Europa e uma das melhores do mundo, porque acreditamos que é possível, com a equipa que temos e que vamos continuar a construir, investindo na inovação e, claro, nas pessoas, sobretudo da zona da Figueira da Foz, e numa cada vez mais forte relação com a comunidade”, concluiu.


Recorde-se que as celebrações dos 50 anos da Celbi arrancaram com uma exposição e lançamento do livro “A Indústria da pasta de celulose na história da Figueira da Foz – A Celbi 1960 a 1967,” da autoria de Manuel Saraiva Santos, no dia 10 de Março, no CAE. Seguiu-se um Open Day, a 30 de Maio, para os fornecedores de madeira, de todo o país; uma acção pedagógico-ambiental de limpeza da Praia da Leirosa em parceria com instituições locais, a 13 de Junho, e a comemoração do cinquentenário da colocação da primeira pedra da então denominada Celulose Billerud S.A.R.L., a 19 de Junho, partilhada com os actuais funcionários e perpetuada num jornal comemorativo, “Primeira Pedra”.